sexta-feira, 27 de junho de 2008

A Morte de Deus

Friedrich Nietzsche (1844-1900), poeta e filosofo alemão era descendente de pastores luteranos. Nasceu na Prússia, estudou teologia e filologia em Bonn. No regime nazista, edições de suas obras eram utilizadas para dar apoio as suas idéias. As idéias de Nietzsche têm sido usadas nos séculos XX e XXI para dar apoio a propósitos políticos. Em suas obras o seu principal alvo era Deus. Em The Joyful Wisdom demonstrou seu ateísmo dizendo que “Deus morreu”. Nietzsche fez escola, vários teólogos contemporâneos foram influenciados pelo alemão. Thomas Altizer, William Hamilton e Paul Van Buren são alguns dos que lançaram seu conceitos existencialista baseado no filósofo da morte de Deus.
Seus escritos apresentam matéria interessante para estudo e debate. Quando estudamos teologia contemporânea, aprendemos que todo teólogo ou filósofo é influenciado pela cosmovisão da época na qual viveram. Apesar de sua visão ateísta, Nietzsche também sofreu influência da cosmovisão alemã. Principalmente do testemunho dos evangélicos. O que não lemos nas literaturas tradicionais. Nietzsche ao observar a prática cristã da Europa e principalmente da Alemanha, concluiu que Deus havia morrido. Os crentes que pregavam os feitos maravilhosos de Deus não viviam de acordo com suas mensagens, pelo contrário suas atitudes demonstravam um Deus morto.
Sabemos que Nietzsche morreu, mas se ele vivesse hoje penso que olhando para muitos “cristãos”, ele não mudaria sua visão acerca de Deus. Não precisaria nem entrar em um templo, era só ligar a televisão em uma emissora que um dos donos é uma denominação evangélica e ver que não tem nenhum programa evangélico de outra denominação a não ser da própria denominação. Enquanto isso as outras denominações têm que pagar preços exorbitantes para ter um programa de alguns minutos em emissoras que seus donos nada têm com Deus. E quando esta denominação sócia de emissora resolve fazer um programa em outra emissora, exige que não tenha nenhum programa evangélico de outra denominação logo a seguir, ou antes, de iniciar o seu. Ou se ainda, assistindo a TV, assistisse pregadores ensinado o povo a dar ordens a Deus, transformando o Todo Soberano em um servo que atende todas as vontades egoístas de seu dono. Isto mudaria a concepção de Nietzsche acerca de Deus?
Se Nietzsche fosse vizinho de muitos que se dizem crentes e que fazem “gatos” na rede elétrica, são conhecidos pela vizinhança como fofoqueiros, ou como família que quebra o barraco com palavrões na hora da discussão, penso eu que ele continuaria enterrando Deus. Ou se ele resolvesse ir a um templo e presenciasse rebeliões contra pastores, políticas para se ocupar cargos eclesiásticos, fofocas, falatórios durante o momento da pregação, irreverência em todos os sentidos, não creio que Nietzsche mudaria seus escritos.
Ao conhecer um pouco da história deste filósofo, e saber que atitudes de muitos crentes não mostraram um Deus vivo, só aumenta a nossa responsabilidade diante de outros “Nietzsches” que possam a vir a existir. Lembre-se que para muitos nós seremos a única Bíblia que eles lerão. Pense sempre antes de fazer algo se não vai comprometer o testemunho evangélico, e matar Deus para alguém que não O conhece, pois qualquer ação de um crente pode ser tomada como de todos evangélicos. Pense ainda no que Jesus disse em Lc 17. 1: “É impossível que não venham escândalos, mas ai daquele por quem vierem!”

Pr. Luís Almeida (II Co 5. 17)

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